Explosão do Intelsat-33e gera alerta sobre risco de ‘efeito dominó’ entre satélites em órbita, segundo especialistas da Roscosmos.

Uma recente catástrofe no espaço levantou preocupações significativas sobre a segurança da orbital geoestacionária. O satélite Intelsat-33e, projetado pela Boeing e operado pela Intelsat, explodiu em 19 de outubro de 2024, resultando na formação de mais de 80 fragmentos no espaço. Este evento foi classificado como uma “anomalia” pela operadora, que relatou a perda de energia e o encerramento de suas operações. As tentativas de reparo em colaboração com a Boeing não foram bem-sucedidas, o que gerou um novo desafio em um setor já cheio de incertezas.

Com a explosão, especialistas alertam para o risco de um “efeito dominó”, onde os detritos possam colidir com outros satélites em órbita, potencialmente desencadeando uma série de destruições. O doutor Natan Eismont, pesquisador sênior do Instituto de Pesquisa Espacial da Academia de Ciências da Rússia, indicou que a trajetória dos fragmentos pode ameaçar espaçonaves ativas, especialmente dado que muitos satélites operam na mesma faixa orbital, a cerca de 36 mil quilômetros da Terra.

Eismont também destacou que o Intelsat-33e utilizava heptilo, um combustível altamente explosivo, o que faz com que incidentes desse tipo sejam particularmente perigosos. “Não é tão ruim quanto parece, desde que os fragmentos não tenham colidido imediatamente após a explosão”, ponderou ele. Apesar disso, a possibilidade de impactos não pode ser completamente excluída, especialmente em uma órbita já superlotada.

Este incidente não é uma ocorrência isolada no setor aeroespacial, que tem enfrentado uma série de crises nos últimos anos. A Boeing, em particular, viu sua reputação abalada após os acidentes com o 737 Max e outras dificuldades operacionais. A competição acirrada entre empresas espaciais e as crescentes preocupações com o lixo espacial estão cada vez mais em destaque, elevando o debate sobre a sustentabilidade das operações em uma era em que a exploração espacial está se expandindo rapidamente.

A emergência de detritos espaciais ressalta a necessidade urgente de regulamentações e tecnologias que mitiguem esses riscos. Com um número crescente de satélites em órbita, a colaboração internacional será essencial para manter a segurança e a funcionalidade deste espectro vital do espaço. À medida que o setor espacial continua a evoluir, a forma como a comunidade global lida com os desafios dos detritos será determinante para o futuro da exploração e uso do espaço.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo