As apurações indicaram que o incêndio teve início nas margens de uma estrada adjacente a um comboio de veículos da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Na ocasião, a instituição militar conduzia um treinamento para cadetes na área do parque. Relatos apontam que um fogareiro, juntamente com um líquido inflamável, foram os responsáveis pelo início do fogo. Os próprios militares presentes no local foram os primeiros a notificar a equipe da Parquetur, responsável pela administração do parque, que está localizado na Serra da Mantiqueira, na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Após a notificação, os militares colaboraram inicialmente no combate à queimadura, junto à equipe do ICMBio. Com o avanço das chamas, a AMAN acionou helicópteros e enviou mais homens para ajudar nas operações de contenção e para investigar as causas do incêndio. Entretanto, a tragédia não se limitou a danos materiais, pois cerca de 311 hectares de vegetação nativa foram severamente afetados, elevando o total de área impactada para 312,5 hectares, considerando também as infraestruturas atingidas.
O incêndio ocorreu em altitudes superiores a 2,5 mil metros, em um momento em que a vegetação estava especialmente seca devido à baixa incidência de chuvas, criando condições propícias para a propagação das chamas. O ICMBio registrou o início do incêndio por meio de câmeras de monitoramento, documentando a gravidade da situação.
Em um contexto mais amplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou recentemente um decreto que aumenta as penalidades para práticas que resultam em incêndios florestais. As novas diretrizes estipulam multas significativamente mais altas — R$ 10 mil por incêndio em vegetação nativa e R$ 5 mil em florestas cultivadas, além de proibição de obras em áreas que sofreram desmatamento ilegal. As alterações na lei visam não apenas deter incitações a incêndios, mas também promover a preservação e a proteção ambiental em áreas vulneráveis como o Parque Nacional de Itatiaia.