De acordo com as forças armadas israelenses, o míssil superfície-superfície disparado no domingo foi interceptado antes de alcançar o território israelense. No sábado, 20, foram confirmados ataques na cidade portuária de Hodeidah, um reduto Houthi no Iêmen, realizados por aviões de guerra F-15 e F-35 dos Estados Unidos como resposta a centenas de ataques dos Houthi.
Israel, com apoio dos EUA, Grã-Bretanha e outros aliados ocidentais na região, tem conseguido interceptar a maioria dos mísseis e drones Houthi nos últimos dias. No entanto, na sexta-feira, 19, um ataque aéreo conseguiu romper a defesa aérea de Israel e atingiu Tel Aviv, resultando na morte de uma pessoa.
O exército israelense destacou a complexidade do ataque de sábado, que ocorreu a aproximadamente 1,7 mil quilômetros de Israel, sendo uma das operações aéreas de maior distância já realizadas por Israel. O bombardeio atingiu o porto no Iêmen por ser uma área usada para entrega de armas iranianas ao país.
Os ataques em Hodeidah deixaram cerca de 80 pessoas feridas, a maioria com queimaduras graves, de acordo com o ministro da Saúde em Sanaa. O incêndio causado pelo ataque israelense no porto da cidade foi descrito como visível em todo o Oriente Médio pelo ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant, que prometeu continuar com ataques semelhantes se necessário em qualquer lugar.
O porto de Hodeidah é uma entrada essencial para os suprimentos no Iêmen, país que enfrenta uma guerra civil desde 2014, quando os Houthis assumiram o controle de parte do norte do país. A intervenção da Arábia Saudita em apoio às forças do governo transformou o conflito em uma guerra por procuração entre a Arábia Saudita e o Irã, resultando em um dos piores desastres humanitários do mundo, com mais de 150 mil vítimas.
Os Houthis, apoiados pelo Irã, estão entre os grupos que têm atacado Israel em solidariedade ao Hamas desde outubro, quando o grupo terrorista iniciou uma ofensiva em Gaza. O porta-voz dos Houthis, Mohammed Abdulsalam, condenou a agressão israelense, afirmando que os ataques visavam aumentar o sofrimento do povo iemenita em apoio a Gaza.
Os ataques de Israel foram vistos como uma escalada da situação na região e geraram promessas de retaliação por parte das forças iemenitas. Mohamed Ali al-Houthi, do Conselho Político Supremo do Iêmen, afirmou que haverá ataques mais impactantes em resposta à agressão israelense.