Execução de líderes do Hamas e Hezbollah por Israel intensifica apoio popular a grupos e une militantes no Oriente Médio, apontam especialistas.



A recente estratégia de Israel de eliminar lideranças de grupos como Hamas e Hezbollah tem gerado discussões acaloradas sobre suas consequências e eficácia. Diversos analistas estão avaliando os impactos que tais ações podem ter, tanto no cenário regional quanto no fortalecimento da popularidade desses movimentos no Oriente Médio.

Após meses focados em operações aéreas contra alvos civis na Faixa de Gaza, Israel intensificou sua abordagem, realizando assassinatos de figuras proeminentes desses grupos. Entre as baixas estão Ismail Haniya e Yahya Sinwar do Hamas, além de Hassan Nasrallah do Hezbollah. De acordo com especialistas, essa tática pode parecer inicialmente eficaz, mas é possível que traga resultados opostos ao esperado, resultando em um aumento da solidariedade em torno desses grupos.

Issam Rabih Menem, especialista em estudos estratégicos, destaca que o Hamas e o Hezbollah estão enfrentando um período crítico, considerando as recentes perdas. Ele argumenta que esses assassinatos podem desorganizar temporariamente as operações desses grupos; no entanto, também podem elevar o sentimento de unidade e resistência entre os apoiadores, promovendo uma aura de martírio ao redor dos líderes caídos. Essa percepção é crucial, pois a figura do mártir reverbera fortemente entre as populações islâmicas, servindo como símbolo de resistência.

Por outro lado, Gabriel Mathias Soares, doutor em história social, ressalta que a resposta desses grupos à eliminação de seus líderes não é linear. Embora Israel tenha conseguido eliminar figuras importantes, ele aponta que tanto Hamas quanto Hezbollah já se adaptaram a essa luta assimétrica, empregando uma estrutura descentralizada que permite a continuidade das operações, mesmo na ausência de lideranças proeminentes.

A tática de “decapitação” tradicionalmente usada em conflitos não é nova, e a capacidade de resposta dos grupos se demonstrou mais robusta do que Israel pode ter considerado. Além disso, o custo moral e político das operações israelenses tem sido amplamente discutido. O assassinato de líderes pode não apenas falhar em desestabilizar os grupos pretendidos, mas também provocar uma onda de reações violentas e um aumento da hostilidade.

Por fim, analistas sugerem que a situação evolui para um ciclo contínuo de retaliações. Caso Israel persista na sua abordagem militar, podendo até mesmo aumentar a intensidade, as perspectivas para uma resolução pacífica ou a recuperação da estabilidade na região parecem pouco promissoras. A complexidade do conflito e a sua profundidade histórica exigem soluções além do uso da força, sendo que a busca por um diálogo eficaz é cada vez mais necessária, mas parece distante sob a égide das políticas atuais.

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