O analista político Marcelo Bastos traçou um cenário desafiador para prefeitos e governadores em 2025, destacando um contexto de restrições econômicas e ajustes financeiros que deverão impactar a administração pública em todas as esferas de governo. Segundo Bastos, a situação econômica brasileira, marcada pela necessidade de cortes de gastos e atrasos em pagamentos, será um grande obstáculo para os gestores públicos.
Crise financeira e reflexos estaduais
De acordo com o analista, o ambiente econômico nacional já apresenta sinais de dificuldade. “O governo federal mandou para o Congresso um projeto para reduzir custos da máquina pública, o que mostra que o cenário não está fácil. Isso, inevitavelmente, vai refletir nos estados, com menos espaço para novos investimentos”, afirmou.
Bastos também citou atrasos no pagamento de fornecedores por parte de alguns estados, incluindo o de Alagoas, com casos envolvendo empresas de locação de veículos e fornecedoras de oxigênio para hospitais. “Se essas informações procedem, é um indício claro de que os estados estão enfrentando dificuldades financeiras”, analisou.
Prefeituras: da bonança ao aperto
No âmbito municipal, Bastos ressaltou que muitos prefeitos, eleitos ou reeleitos, surfaram em um momento de aparente conforto financeiro graças a recursos extraordinários, como os obtidos pela venda da concessão de serviços de água em diversas cidades de Alagoas. No entanto, ele alerta que esse período de bonança já ficou para trás. “O dinheiro da água, muito provavelmente, já foi gasto, e agora os prefeitos vão enfrentar um cenário de ajustes.”
Ele observou ainda que algumas prefeituras já começaram a reduzir quadros de comissionados e a cortar gastos, preparando-se para um ano mais austero. “Em 2024, como foi ano eleitoral, os prefeitos evitaram medidas impopulares para não comprometer suas reeleições ou a eleição de seus aliados. Agora, em 2025, a realidade vai bater à porta”, comentou.
Expectativas
O analista prevê que 2025 será um período de transição difícil, exigindo ajustes rigorosos nas contas públicas para evitar problemas mais graves, como atrasos no pagamento de salários. “O aperto vai ser geral, desde o governo federal até os municípios”, enfatizou.
Ele também mencionou que, em 2026, ano de eleições gerais, é provável que os governos flexibilizem os ajustes para atender a interesses políticos. “Quando chega ano eleitoral, os cofres se abrem novamente, mas até lá, 2025 será marcado por contenção e austeridade.”
