Ex-secretário do Ministério da Justiça revela desconforto de Anderson Torres em live que atacou eleições, durante depoimento ao STF sobre tentativa de golpe de Estado.



No cenário jurídico brasileiro, destaca-se o depoimento de Braulio do Carmo Vieira, ex-secretário de Operações Integradas do Ministério da Justiça e figura central nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado relacionada ao ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Em um interrogatório recente no Supremo Tribunal Federal (STF), Vieira revelou que uma live realizada em 2021, que questionou a integridade do processo eleitoral nacional, gerou um “desconforto” significativo para Torres. Segundo o ex-secretário, essa transmissão foi convocada pelo então presidente Jair Bolsonaro e resultou em preocupações sobre a legitimidade das urnas eletrônicas.

“Recordo que houve uma convocação do presidente da República”, afirmou o delegado da Polícia Federal. Ele relatou que, após a live, Torres buscou informações técnicas junto a especialistas da PF para verificar a segurança das urnas eletrônicas, um procedimento que aparentemente revelou a falta de conhecimento técnico sobre o assunto por parte do ex-ministro. Vieira também esclareceu que o documento apresentado durante a live foi elaborado por peritos criminais da PF, embora ele não estivesse ciente do conteúdo desse material.

Anderson Torres, que está sob investigação, enfrentou prisão preventiva por quatro meses a pedido do ministro Alexandre de Moraes. O ex-ministro é acusado de suposta omissão no que se refere à segurança pública durante a invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília, um episódio que chocou o país e levantou questões sobre a proteção das instituições democráticas. Durante as investigações, foram encontrados em sua residência um esboço de decreto que buscava anular as eleições e implementar um Estado de Defesa junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na mesma audiência, outros funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) prestaram depoimentos sobre seus papéis durante o governo Bolsonaro. Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de operações da PRF, destacou que as blitze realizadas no segundo turno das eleições de 2022 tinham o intuito de verificar a condição dos veículos e transportadores, e garantiu que não houve obstrução significativa ao fluxo de transporte. Embora reconhecesse uma operação em ônibus que se deslocavam de outras regiões do Brasil para o Nordeste, Moura negou qualquer direcionamento específico nessas ações.

As implicações dessas revelações continuam a ecoar no ambiente político e jurídico, uma vez que o Brasil ainda busca entender as consequências da crise institucional vivida nos últimos anos.

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