Durante o seu discurso, Danilo enfatizou que todas as medidas de segurança programadas foram devidamente seguidas, ressaltando que a responsabilidade pela proteção do presidente Lula estava sob a alçada do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). “A segurança da posse do presidente foi cumprida pela Polícia Militar. O planejamento do Protocolo de Ações Integradas (PAI) foi seguido”, afirmou o ex-secretário. A declaração surge em meio a um contexto de incertezas e investigações em curso sobre eventos ocorridos em 8 de janeiro, data marcada por uma tentativa de golpe de Estado, que culminou na invasão de prédios públicos em Brasília.
O ex-secretário Danilo, que atua como delegado da Polícia Federal (PF), foi convocado como testemunha pelo ex-secretário-executivo da SSP-DF, Fernando de Sousa Oliveira, que é réu em uma ação penal relacionada aos tumultos do dia 8 de janeiro. O depoimento levantou questões sobre o cumprimento de protocolos de segurança pela PMDF, levando Danilo a confirmar que, sob sua supervisão, a corporação sempre atendeu às diretrizes estabelecidas.
A defesa de Fernando mencionou uma conversa entre ele e o coronel da PMDF, Marcelo Casimiro, na véspera da possessa, na qual foi afirmado que tudo estava em “ordem”. Essa informação provocou questionamentos sobre a confiabilidade da comunicação no comando da segurança pública do DF antes dos eventos que se seguiram. Durante uma sessão no tribunal, a condução das perguntas pela defesa foi criticada pela Procuradoria-Geral da República, e o juiz que supervisionava a audiência acabou interrompendo o procedimento.
Adicionalmente, os advogados questionaram Danilo se sempre informava ao governador Ibaneis Rocha quando se ausentava para férias. A resposta foi positiva, ressaltando que a comunicação era uma obrigação do cargo. Importante lembrar que Torres, que era o secretário na data dos tumultos, não estava presente, pois se encontrava em viagem para Orlando no dia dos acontecimentos.
Por fim, as investigações relacionadas ao 8 de janeiro não se limitam a Danilo e sua gestão, abrangendo figuras de destaque de diferentes esferas de segurança pública que são atualmente alvos de processos judiciais. O núcleo investido da ação penal é composto por figuras proeminentes, incluindo ex-membros de forças de segurança e assessores do governo, acusados de utilizar recursos públicos para agir em desacordo com as normas democráticas durante as eleições de 2022. A denúncia destaca atos que visavam a subversão do processo democrático, refletindo um cenário de grande complexidade e tensão política no Brasil.