Ex-presidente Jair Bolsonaro é indiciado por associação criminosa, violência política e golpe de Estado no relatório final da CPMI dos ataques de 8 de janeiro



Ex-presidente Jair Bolsonaro é indiciado como mentor dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi oficialmente indiciado como o responsável moral pelos ataques às sedes do Três Poderes, que ocorreram em 8 de janeiro deste ano. O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o caso propõe o indiciamento de um total de 61 pessoas, entre elas, Bolsonaro, por associação criminosa, violência política, abolição do estado democrático de direito e golpe de Estado.

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou no relatório que Bolsonaro tem uma responsabilidade direta como o mentor moral dos ataques. Ela deixou claro que o ex-presidente descredibilizou o processo eleitoral ao longo de sua carreira política, o que contribuiu para os atos de vandalismo ocorridos em janeiro. A senadora destacou a importância de compreender que esses ataques representaram o maior ataque à democracia na história recente do país, e definiu os manifestantes como vândalos e pessoas insatisfeitas com o resultado das eleições de 2022.

Eliziane Gama também ressaltou que os eventos de janeiro não foram ações isoladas, citando os episódios de tentativa de invasão à sede da Polícia Federal e a colocação de uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília, ocorridos em dezembro do ano passado. Segundo ela, o acontecimento de 8 de janeiro foi uma mobilização previamente planejada e organizada por instigadores que definiram datas, percurso e estratégias de enfrentamento e ocupação dos espaços. A invasão dos edifícios-sede dos Três Poderes foi coordenada e ocorreu quase simultaneamente.

Além de Bolsonaro, outros nomes de destaque foram mencionados no relatório da CPMI, como os generais Walter Braga Neto e Augusto Heleno, ex-ministros da Defesa e chefe do Gabinete de Segurança Institucional, respectivamente. Também foram indiciados o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Na lista de pedidos de indiciamento também estão a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

A CPMI também recomenda o aprofundamento das investigações sobre a atuação do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por não ter acionado a Força Nacional para proteger a Praça dos Três Poderes durante os ataques. Além disso, há sugestões para investigar a participação de empresários no financiamento dos manifestantes, os atos ocorridos em dezembro, a suposta apropriação de joias recebidas pela Presidência da República como presentes oficiais e a suposta falsificação de cartões de vacinação.

O parecer final da CPMI do 8 de janeiro destaca a importância de projetos como o PL das Fake News e propostas para a criação do Dia Nacional de Defesa da Democracia e do Dia da Resistência Democrática. A relatora Eliziane Gama ressalta que é necessário o fim do radicalismo para evitar que esses ataques antidemocráticos se repitam, enfatizando que a ameaça à democracia ainda está presente.

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