Segundo Fraga, a perda do “soft power” pelos Estados Unidos representa um grave problema, pois coloca em segundo plano valores democráticos fundamentais. Ele ressaltou que as questões em jogo atualmente são de uma escala inédita, mencionando conflitos como a Guerra Fria entre EUA e China, as tensões no Oriente Médio, a invasão da Ucrânia, possíveis mutações de vírus e as mudanças climáticas.
Para o ex-presidente do Banco Central, a figura dos Estados Unidos como um modelo a ser seguido e uma referência global está em xeque. Fraga enfatizou a importância do “soft power”, além do poderio militar, como um fator crucial na influência e liderança internacional. Ele alertou para a necessidade de os EUA retomarem esse papel, a fim de impedir que países como a China ganhem terreno baseando-se em modelos políticos autoritários.
Fraga criticou a postura do presidente Donald Trump, argumentando que algumas de suas políticas representam um retrocesso em questões que já estavam encaminhadas. Para ele, a preservação do modelo democrático, liberal e solidário é essencial para o avanço global, e os EUA têm um papel crucial nesse contexto.
Diante desse cenário incerto e complexo, Arminio Fraga ressaltou a importância de se manter a defesa dos valores democráticos e do sistema internacional baseado na cooperação e no respeito mútuo. Suas palavras evidenciam a preocupação com o futuro das relações globais e a necessidade de uma postura assertiva por parte dos Estados Unidos para enfrentar os desafios do século XXI.