De acordo com Lessa, em um dos depoimentos prestados no ano passado aos investigadores da Polícia Federal (PF), ele afirmou ter testado a submetralhadora usada no crime para conferir se o silenciador da arma estava funcionando corretamente. Os disparos foram feitos em um terreno de uma área dominada por uma milícia, e a arma foi posteriormente jogada em um córrego da região.
Além disso, o ex-policial relatou ter monitorado a rotina da vereadora por três meses e ter enfrentado dificuldades para executar o homicídio. Marielle foi seguida até um bar, local que, segundo Lessa, apresentava dificuldades de acesso, assim como sua residência. “Essas tratativas em que não conseguimos lograr êxito levaram a gente a procurar outros meios. Nós tínhamos a informação de um bar que ela frequentava, nós conseguimos localizar esse bar, que é na Praça da Bandeira, ali próximo, só que também [era] outro lugar de difícil. Era uma missão que se tornou difícil”, disse Lessa.
Os depoimentos divulgados agora complementam a primeira parte da delação, liberada em março deste ano após a prisão dos envolvidos no crime. Lessa também apontou os irmãos Brazão como mandantes do assassinato, afirmando que o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, e o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) atuaram nesse papel. Ambos estão detidos, e a defesa dos acusados nega as acusações.
O caso Marielle continua a ser investigado e detalhes sobre a trama que culminou no brutal assassinato da vereadora ainda estão sendo revelados através das delações dos envolvidos. A sociedade aguarda por justiça e transparência nas investigações para finalmente esclarecer os fatos e responsabilizar todos os envolvidos nesse crime hediondo.