Segundo Thalmanny Goulart, responsável pelo Laboratório Forense, o sulfotep é um fosfato orgânico que funciona como um inibidor da colinesterase, tornando-se altamente tóxico por múltiplas vias de exposição. Já o terbufós, da classe dos organofosforados, também atua como inibidor da mesma enzima, essencial na transmissão de impulsos nervosos. Ambos os compostos são proibidos pelo Ministério da Agricultura para uso como pesticidas devido à sua alta toxicidade.
O exame pericial analisou amostras de sangue, humor vítreo e conteúdo estomacal, utilizando a técnica de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. Este processo minucioso permitiu a identificação das substâncias tóxicas presentes. Além disso, alimentos coletados na residência da vítima, incluindo um shake, foram analisados, mas o resultado foi negativo para a presença de veneno. Essa pista estreita o foco da investigação da Polícia Civil, que busca por respostas definitivas sobre o trágico acontecimento.
A perita-geral Rosana Coutinho destacou a sinergia entre as Polícias Científica e Civil, enfatizando que a colaboração é crucial para garantir provas substanciais que fortaleçam o inquérito e ajudem no esclarecimento no âmbito judicial. Esta união entre as instituições é vista como um pilar para assegurar a justiça no caso.
O delegado Rômulo Andrade, à frente da investigação, afirmou que o laudo pericial confirma que Joice foi vítima de envenenamento, descartando a hipótese de suicídio e reforçando a possibilidade de feminicídio. Testemunhos e comunicações da vítima indicam um relacionamento abusivo com o ex-marido, principal suspeito, com quem estava em processo de separação.
Ainda segundo Charles Mariano, chefe do Instituto de Criminalística de Maceió, novas perícias serão conduzidas, inclusive uma análise no celular da vítima, para colher mais evidências. O caso, que chocou a comunidade de São Brás, segue sob intensa investigação, com o objetivo de assegurar que a justiça seja feita pelos atos cometidos contra Joice dos Santos Silva Cirino.









