Ex-diretor financeiro da Americanas opta pelo silêncio durante CPI.



Na tarde desta terça-feira, a CPI da Americanas teve mais um depoimento polêmico. Marcelo da Silva Nunes, ex-diretor financeiro da empresa, apresentou um habeas corpus para não responder às perguntas dos parlamentares. Assim como ex-dirigentes anteriores, Nunes preferiu se manter em silêncio diante das investigações sobre a fraude contábil que resultou na recuperação judicial do grupo e na demissão de grande parte dos funcionários.

Nunes, que entrou para a companhia em 2005 como estagiário e chegou a diretor financeiro, afirmou ter “plena confiança” no trabalho da CPI, mas optou por não se pronunciar sobre o caso. É importante ressaltar que o ex-diretor não está sendo acusado de participar diretamente da fraude, mas sua presença como testemunha é fundamental para esclarecer os fatos.

Outra convocada para depor foi a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali, porém ela alegou problemas de saúde na família e não compareceu à sessão. No entanto, ela se comprometeu a participar de uma audiência pública marcada para o próximo mês. Esperamos que a ex-diretora esteja apta a contribuir com as investigações quando chegar o momento.

A Americanas, empresa que pediu recuperação judicial em janeiro deste ano, anunciou um rombo contábil de R$ 20 bilhões e uma dívida de R$ 43 bilhões. Tal revelação abalou o mercado varejista brasileiro e motivou a criação da CPI no Congresso Nacional. Desde então, diversas reuniões têm sido realizadas para apurar os detalhes da fraude e buscar soluções para amenizar os impactos na economia do país.

Durante o depoimento do presidente da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, ficou claro que a situação não pode mais ser tratada apenas como inconsistências contábeis, mas sim como uma fraude. Essa mesma visão foi compartilhada pelo presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Barroso. Ambos concordam que é preciso aprofundar as investigações para punir os responsáveis e evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.

Além dos depoimentos de Nunes e Pereira, a CPI também ouviu outros importantes convidados, como o presidente da Associação Brasileira de Investidores (Abradin), Aurélio Valporto, e o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores (CUT), Julimar Roberto. A participação desses representantes é fundamental para que a CPI possa entender os impactos da fraude não apenas nos acionistas, mas também nos trabalhadores.

A CPI da Americanas seguirá com as investigações, ouvindo outros ex-dirigentes e convocados, a fim de esclarecer todos os detalhes dessa fraude contábil. Esperamos que as descobertas auxiliem na recuperação da empresa e na adoção de medidas para prevenir fraudes futuras. A transparência e a responsabilização dos envolvidos são essenciais para restaurar a confiança dos investidores e fortalecer o mercado varejista brasileiro.

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