Segundo o ex-diretor, a estratégia foi discutida em uma reunião entre membros da PRF e a Secretaria de Operações Integradas, sendo explicitamente solicitada pelo ministério. Moura também apresentou dados que indicam que mais de 60% das operações realizadas duraram menos de 15 minutos, reforçando sua argumentação de que o objetivo não era militarizar o ambiente eleitoral de forma excessiva.
Em meio ao depoimento, Moura optou por desmentir qualquer insinuação de que as blitz tivessem uma motivação política. Contudo, ele se viu forçado a responder a um questionamento abrangente sobre as diretrizes que foram repassadas à corporação. Um servidor da PRF, cujas informações foram divulgadas em paralelo, sugere que as orientações incluíam um indicativo de que a corporação deveria “tomar um lado” nas disputas eleitorais, criando um ambiente de clara polarização.
Este depoimento integra um complexo processo legal que investiga tentativas de golpe associadas à antiga administração do ex-presidente Jair Bolsonaro. A figura central dessa investigação também inclui o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que, segundo relato de Moura, teria pedido máxima mobilização das forças de segurança para prevenir crimes eleitorais. O contexto das declarações de Moura adiciona uma camada de seriedade ao debate sobre a integridade do processo eleitoral e a atuação das instituições de segurança pública em períodos críticos para a democracia do país. As implicações desse episódio ainda estão sendo analisadas por autoridades competentes, à medida que o processo avança.