As investigações referentes à quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada na semana passada, levaram à prisão de cinco investigados suspeitos de participarem de um esquema de monitoramento ilegal. A Polícia Federal aponta que esse monitoramento contou com o conhecimento de Ramagem e visava autoridades públicas, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal, jornalistas e políticos da oposição. Além disso, foram criados perfis falsos para disseminar fake news.
Durante o depoimento, também foi abordado um áudio de uma reunião em agosto de 2020, no qual estavam presentes Ramagem, o ex-presidente Bolsonaro, o ministro chefe do GSI General Heleno, e duas advogadas do senador Flávio Bolsonaro. O conteúdo dessa gravação, que teve seu sigilo levantado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, envolve a discussão de estratégias para anular investigações relacionadas ao filho do presidente.
Em suas redes sociais, Ramagem ressaltou que o ex-presidente estava ciente da gravação e que sempre defendeu a transparência na conversa, sem buscar favorecimentos. Ele também indicou que se posicionou de forma contrária à atuação do GSI nesse caso, sugerindo procedimentos administrativos e judiciais como forma de resolver a situação.
O ex-diretor da Abin negou anteriormente o uso de ferramentas de espionagem para monitorar autoridades mencionadas pela PF e enfatizou que não é possível vincular o uso desses sistemas à direção-geral da Agência. As investigações sobre esse caso de espionagem ilegal prometem trazer mais desdobramentos nos próximos dias, enquanto as autoridades buscam esclarecer os fatos e responsabilidades envolvidas.