Michael Jeffries deixou a Abercrombie em 2014, após décadas à frente da varejista, conhecida por seu marketing envolvendo modelos masculinos sem camisa. Os advogados do ex-CEO divulgaram que um neuropsicólogo que o examinou concluiu sobre as limitações cognitivas que ele enfrenta, colocando em questão sua capacidade de auxiliar seus advogados.
Uma possível audiência de competência está sendo considerada para determinar se Jeffries está apto a enfrentar o processo legal. Os advogados de defesa e os promotores concordaram que especialistas deveriam testemunhar durante a audiência de dois dias em junho para tomar uma decisão quanto à competência do acusado.
O caso em si é chocante. Jeffries, seu marido e um terceiro homem foram presos em outubro por atraírem homens para orgias com drogas, sob a promessa de serem modelos para anúncios da Abercrombie. Essas acusações envolvem tráfico sexual e prostituição interestadual e internacional, realizados de maneira coercitiva e com garantias falsas de oportunidades na moda.
Os promotores destacam os métodos utilizados pelos acusados, que incluíam festas sexuais com práticas desconfortáveis e coercitivas, violando a integridade dos participantes. Os homens eram induzidos a participar desses eventos com a promessa de oportunidades de carreira, enquanto eram submetidos a situações humilhantes e dolorosas.
Michael Jeffries, figura central no escândalo, foi responsável por transformar a Abercrombie & Fitch em uma marca de sucesso, marcada por uma estética específica e anúncios polêmicos. Sua queda da liderança da empresa foi precedida por turbulências financeiras e mudanças na estratégia de marketing da marca.
No entanto, as acusações de exploração sexual colocam em xeque sua reputação e seu legado na indústria da moda. O desfecho desse caso de grande repercussão ainda está por vir, mas as acusações são graves e merecem uma investigação minuciosa para garantir que a justiça seja feita.