A faculdade emitiu uma nota esclarecendo que, na época da inscrição de Matteus, o único documento exigido para concorrer às cotas era a autodeclaração do candidato, conforme previsto pela Lei de Cotas de 2012. Não havia mecanismos de verificação ou comprovação da declaração do candidato, mas os editais alertavam que qualquer fraude seria passível de punições, como a perda da vaga e penalidades legais.
Além disso, o nome da mãe de Matteus, Luciane da Silveira Amaral, também apareceu em uma lista de cotistas, no curso de agroindústria, tendo se autodeclarado como “negra”. O GLOBO tentou contato com a assessoria do ex-BBB para esclarecimentos, sem sucesso até o momento.
A política de cotas vem passando por aperfeiçoamentos ao longo dos anos, devido a denúncias de possíveis fraudes em diversas instituições de ensino. Uma das medidas adotadas pelo IFFar foi a heteroidentificação, implantada a partir das seleções realizadas em 2022 para ingresso em 2023. Cada campus do instituto conta com uma comissão responsável por verificar a autodeclaração dos candidatos, a fim de garantir maior transparência e evitar possíveis irregularidades.
Diante desse cenário, a discussão sobre as políticas de ações afirmativas no âmbito educacional reacende, levando as instituições a aprimorarem seus processos de seleção e garantirem a efetividade das cotas para grupos historicamente subrepresentados. O caso de Matteus Amaral é mais um exemplo de como a questão racial continua sendo um tema sensível e relevante na sociedade contemporânea.