De acordo com informações obtidas pelo GLOBO, Moraes destacou em trecho de sua decisão que o acordo foi homologado, uma vez que foram atendidas as exigências legais e voluntárias do pacto, assim como a regularidade, legalidade e adequação dos benefícios e resultados da colaboração, referentes às investigações do inquérito 4874/DF e outras petições relacionadas.
O inquérito 4874, conhecido como “inquérito das milícias digitais”, teve início em 2021 por iniciativa de Moraes, a partir de indícios e provas que apontavam para a existência de uma organização criminosa com atividades intensas no meio digital, cujos núcleos políticos, de produção, de publicação e de financiamento estariam envolvidos em ações que visam minar a democracia e o Estado de Direito no país.
As investigações, que foram prorrogadas por mais de cinco vezes, revelaram que a organização criminosa também tinha como objetivo desestabilizar as instituições republicanas, especialmente aquelas que possam se opor, dentro dos limites constitucionais, a atos ilegais ou inconstitucionais, como o STF e o Congresso Nacional.
A partir dessas investigações, outras linhas de apuração foram estabelecidas, incluindo aquelas que envolvem Mauro Cid. As suspeitas relacionam-se a fraudes em cartões de vacinação, venda irregular de presentes recebidos pelo governo brasileiro e até mesmo a tramas para a consumação de um possível golpe de estado. É importante ressaltar que Cid ocupou a posição de ajudante de ordens de Bolsonaro durante todo o seu mandato presidencial, de 2019 a 2022.
O acordo de colaboração premiada firmado entre Cid e a Polícia Federal desperta a expectativa de que o tenente-coronel possa trazer à tona esses assuntos e, possivelmente, implicar Bolsonaro, como relatou a colunista Bela Megale. Cid encontra-se detido desde maio, mas a decisão de Moraes pode resultar em sua soltura a qualquer momento neste sábado.
Sua prisão foi consequência das investigações sobre uma suposta fraude em cartão de vacinação. Segundo a Polícia Federal, Cid teria agido para fraudar certificados de vacinação para si e para sua família antes de uma viagem aos Estados Unidos. Além disso, orientado pelo então ajudante de ordens, os dados do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua filha, Laura Bolsonaro, também teriam sido adulterados.
É importante ressaltar que a fonte original do texto não foi mencionada.