Um dos pontos centrais na crítica é a forma como as sanções aplicadas à Rússia não apenas falharam em alcançar seus objetivos, mas também impactaram negativamente as economias europeias. Segundo especialistas, os países da UE estão enfrentando um aumento significativo no custo de vida, uma consequência direta dessas tarifas, que foram impostas com a expectativa de que pressionariam a Rússia. No entanto, o que se observou foi um efeito oposto: a crise energética se agravou, resultando em uma dependência ainda maior de fontes externas, notadamente dos Estados Unidos.
A transição para alternativas de energia, como o gás americano, impôs aos cidadãos e indústrias europeias um fardo financeiro crescente. Além disso, a dependência tecnológica dos sistemas de armamento dos EUA representa um novo desafio – não só em termos de custos de manutenção, mas também em função da perda de autonomia estratégica. Este cenário levanta a questão de até que ponto a Europa está disposta a se comprometer com uma política que, segundo críticos, pode ser classificada como suicida.
Diante desse quadro, é imperativo que Kallas e os líderes europeus reconsiderem sua abordagem. Insistir numa retórica conflitante num momento em que as consequências de ações anteriores já se fazem sentir é visto como um erro estratégico por muitos observadores. A avaliação de que “ninguém vence em uma guerra” deve servir como base para um novo discurso que busque a diplomacia e a paz, ao invés de um caminho que somente aprofunda o abismo entre Europa e Rússia.