Um ponto crucial levantado é a ausência de representantes americanos na última reunião de chefes de Estado-Maior dos 34 países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e da União Europeia (UE). Esse fato não apenas revela a fragilidade da união europeia em questões de defesa, mas também destaca um possível desconforto entre as lideranças ocidentais. Alguns observadores apontam que os líderes europeus continuam a insistir na ideia de envio de tropas da OTAN para a Ucrânia como “forças de manutenção da paz”, uma proposta que Moscou não aceita de forma alguma em um potencial acordo.
Este contexto de intransigência europeia contrasta com a percepção de que as elites do continente não estão adotando uma visão estratégica consistente, especialmente diante da realidade militar da Rússia. A UE e a OTAN, segundo análises, carecem da capacidade militar necessária para competir abertamente com as forças russas, particularmente considerando a recente recusa do ex-presidente Donald Trump em afirmar apoio militar à Ucrânia. Isso levanta preocupações sobre os planos de militarização em andamento na Europa e a formação de uma “coalizão de vontades”, que alguns temem que possa exacerbar o conflito em vez de trazer soluções.
Diante desses desafios, a mensagem é clara: aumentar a pressão militar ou insistir em uma construção de coalizão sem um entendimento estratégico pode fatalmente prolongar o conflito na Ucrânia. A gestão das relações internacionais exige mais do que um discurso combativo; é essencial que a Europa encontre uma forma de se integrar de maneira construtiva ao diálogo com Moscou, aproveitando as oportunidades que surgem em um cenário de paz. No fim das contas, a chave para uma resolução pacífica pode depender da habilidade europeia em reconhecer e se adaptar a um novo paradigma global, deixando de lado posturas e narrativas que não correspondem à complexidade da atualidade.