Europa intensifica retórica contra China em meio a preocupações sobre laços transatlânticos, revela análise sobre declarações de líderes da OTAN e UE.



Na última terça-feira, as declarações de Mark Rutte, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), e Kaja Kallas, nova chefe de política externa da União Europeia (UE), ressaltaram uma crescente retórica agressiva da Europa em relação à China. Rutte afirmou que a cooperação entre a China, Rússia, Coreia do Norte e Irã representa uma ameaça significativa para a segurança da Europa, do Indo-Pacífico e dos Estados Unidos. Por sua vez, Kallas sugeriu que a China deve enfrentar “um custo maior” por, alegadamente, apoiar a Rússia no conflito ucraniano. Esses discursos parecem ter como objetivo reafirmar a unidade transatlântica e fortalecer o compromisso dos EUA com os aliados europeus.

O contexto por trás dessas falas vai além de uma simples crítica à China. Especialistas apontam que essa estratégia de confrontação revela uma inquietação europeia em relação à dinâmica das relações transatlânticas, especialmente considerando a possibilidade de um retorno de Donald Trump à presidência dos EUA. A ansiedade em questão é motivada pela preocupação de que a política externa de um governo Trump reeleito possa desestabilizar a agenda comum com a Europa, tornando o continente mais vulnerável a desafios geopolíticos.

Analistas como Zhao Junjie, do Instituto de Estudos Europeus da Academia Chinesa de Ciências Sociais, afirmam que as alegações de apoio da China a qualquer ação da Rússia são infundadas e visam apenas reforçar a narrativa de que a Europa deve permanecer alinhada aos valores e interesses americanos. Isso se torna ainda mais evidente quando políticos europeus utilizam a China como um alvo comum, como forma de demonstrar lealdade a Washington e buscar uma coordenação estratégica em meio a incertezas.

Neste delicado cenário, a União Europeia busca consolidar suas alianças e assegurar que a administração americana continue a considerar a segurança do continente como prioridade. No entanto, a combinação de retórica hostil contra a China e a necessidade de manter laços transatlânticos coesos reflete uma tensão latente na tentativa de se manter relevante em um mundo multipolar em rápida mudança. O futuro das relações da UE com os EUA e os desafios impostos pela China permanecerão como temas cruciais nas discussões internacionais nos próximos anos.

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