Europa Inaugura Supercomputador “Júpiter” e Busca Reduzir Atraso em Inteligência Artificial em Competição com EUA e China

Na última sexta-feira, o chanceler alemão Friedrich Merz fez um apelo em prol do avanço da Europa na área de inteligência artificial (IA) durante a inauguração do supercomputador “Júpiter”, o primeiro sistema “exascale” do continente, localizado em Jülich, próximo à cidade de Colônia. O termo “exascale” refere-se à capacidade desses supercomputadores de realizar pelo menos um quintilhão (10¹⁸) de operações de ponto flutuante por segundo.

Em seu discurso, Merz destacou que a competição global em torno da IA é intensa, com Estados Unidos e China na vanguarda. “Ambos os países disputam a liderança em uma economia mundial que é cada vez mais impulsionada pela inteligência artificial”, observou. Ele enfatizou que, apesar da defasagem atual, a Alemanha e a Europa possuem as condições necessárias para alcançar patamares similares. O supercomputador Júpiter é visto como uma ferramenta crucial para mitigar essa lacuna, já que atuará como um importante recurso para pesquisas científicas, especialmente no que diz respeito às mudanças climáticas.

O supercomputador, instalado em uma área de cerca de 3.600 metros quadrados, é projetado para executar um vasto número de cálculos complexos, utilizando processadores e cerca de 24 mil chips da conhecida marca americana Nvidia, cujo uso é bastante comum na indústria de inteligência artificial. O investimento total no Júpiter foi de aproximadamente 500 milhões de euros, com financiamento da União Europeia e do governo alemão.

Com a crescente importância da IA, o Júpiter surge como um marco, sendo o primeiro supercomputador no continente capaz de competir de igual para igual no treinamento de modelos avançados de IA. Thomas Lippert, diretor do centro de Jülich, referiu-se à nova máquina como um “salto de performance” importante, ressaltando que ela é 20 vezes mais potente do que qualquer outro computador na Alemanha.

Estudos indicam que a Europa enfrenta um déficit em infraestrutura de supercomputação, o que limita sua capacidade de desenvolvimento nesse campo. Com a nova tecnologia, espera-se que a Europa possa desenvolver um maior número de modelos de IA, reduzindo a disparidade com os Estados Unidos e a China, que dominam esse setor no momento.

O supercomputador Júpiter representa um importante passo adiante, fornecendo a potência necessária para o treinamento de grandes modelos de linguagem, que têm se tornado fundamentais em aplicações de IA, como chatbots e assistentes virtuais. Contudo, a dependência da tecnologia da Nvidia, em um contexto de crescente tensão entre os EUA e a Europa, adiciona uma camada de complexidade a essa busca pela liderança em inteligência artificial.

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