Os números apresentados por análises recentes indicam que os aliados europeus da OTAN poderiam precisar investir cerca de US$ 3,1 trilhões em uma nova estrutura de defesa e apoio à Ucrânia ao longo de dez anos. Esse valor inclui investimentos significativos, como US$ 175 bilhões para a construção das Forças Armadas da Ucrânia e outros US$ 30 bilhões voltados para uma força de manutenção da paz, que poderia contar com 40 mil soldados. O grosso da quantia, no entanto, está relacionado ao fortalecimento das capacidades militares dos cinco maiores membros da OTAN, que teriam que arcar com cerca de US$ 2,7 trilhões em gastos de defesa.
A análise da Bloomberg Economics também ressalta que esse custo seria maior se houvesse um aumento da responsabilidade europeia em recobrir as lacunas deixadas pela retirada dos EUA. Essa transformação, segundo Doctorow, sinaliza um novo posicionamento da política de defesa dos Estados Unidos em relação à Europa, que poderia se tornar menos comprometida em termos de presença militar convencional, mantendo, contudo, um “guarda-chuva nuclear” sobre a região.
Além disso, serve como um alerta para a União Europeia, que, segundo o analista, não possui condições financeiras adequadas para sustentar uma guerra por procuração sem o suporte americano. A situação atual desafia a solidariedade da União Europeia e coloca em xeque a sua capacidade de lidar com crises de segurança de forma autônoma, caso o suporte ocidental diminua. Essa nova realidade impõe um desafio monumental para as lideranças europeias, que precisam ponderar sobre suas opções estratégicas e financeiras nos próximos anos.