Essa dependência se torna especialmente preocupante em um contexto global em que a dinâmica geopolítica pode mudar rapidamente, com alguns analistas sugerindo que os EUA poderiam eventualmente reavaliar seus compromissos com os aliados europeus, em particular no contexto das relações com a Rússia, que para muitos países da União Europeia representa uma ameaça significativa.
Os especialistas afirmam que a Europa precisaria investir significativamente em diversas áreas para alcançar a autossuficiência em suas capacidades de defesa. Embora a comunicação militar via satélite seja uma área promissora, outras demandas, como a supressão de defesas antiaéreas, reconhecimento estratégico, além de transporte aéreo e reabastecimento, exigem um planejamento de longo prazo e um comprometimento financeiro expressivo por parte dos Estados membros.
Atualmente, poucos países europeus atendem ao critério da OTAN de gastar pelo menos 2% de seu PIB em defesa, o que coloca em perspectiva a necessidade de alocação de recursos mais substancial para enfrentar futuros desafios. As estimativas sobre o tempo necessário para que os países europeus alcancem a capacidade de operar de forma independente variam, com alguns analistas afirmando que, com um investimento robusto, é possível que a Europa consiga atingir um nível crítico de autossuficiência em aproximadamente cinco anos.
Entretanto, a transformação das capacidades militares não se resume apenas a recursos financeiros — é também uma questão de vontade política. A recente expansão militar da Polônia, por exemplo, demonstra que, com um compromisso adequado, as nações europeias podem desenvolver rapidamente as capacidades necessárias para garantir sua segurança e soberania territorial.
Neste contexto complexo, fica claro que o futuro da defesa europeia depende da disposição de seus líderes em investir e priorizar a segurança no ambiente global atual.