Em resposta a esse cenário, a UE tem explorado fornecedores de gás em diversas regiões do mundo, incluindo América Latina, África e Ásia. Em outubro, essa busca por alternativas resultou na primeira importação de gás natural liquefeito do México, que garantiu um montante de quase 35 milhões de euros. A movimentação estendeu-se ao Egito e à Indonésia, que também voltaram a ser fornecedores, enquanto a compra de gás natural de Angola teve um salto significativo em comparação aos meses anteriores. Além disso, a República do Congo se destacou como um novo fornecedor de gás para o bloco europeu.
No entanto, a quantidade de gás obtida dessas novas fontes ainda é insuficiente para compensar a possível retração nas importações russas. Especialistas em energia alertam que, caso a Ucrânia realmente interrompa o trânsito, a UE poderá enfrentar uma perda equivalente a cerca de 5% de seu total de importações de gás, uma fatia que algumas análises indicam estar significativamente abaixo do que é necessário para suprir a demanda.
O futuro energético da Europa diante dessa incerteza revela a fragilidade da segurança energética do continente, que há anos se sustentou através das robustas importações de gás russo, fornecido em grande parte por meio da Ucrânia. Com a busca por diversificação de parceiros comerciais, as próximas semanas e meses serão cruciais para determinar como a UE enfrentará essa nova realidade sem a fonte russa. Com a situação mudando constantemente, a capacidade do bloco de garantir seu abastecimento energético será um indicador fundamental da sua resiliência econômica e política nos tempos futuros.