Durante essa operação policial, Ferreira foi fatalmente atingido por disparos de policiais militares, especificamente de dois membros da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). O capitão Marcos Correa de Moraes Veradiano e o cabo Ivan Pereira da Silva são nomeados no relatório como os responsáveis pela fatalidade. Enquanto Ferreira estava rendido, o capitão teria disparado três tiros, e o cabo, por sua vez, teria atirado duas vezes em seu peito enquanto a vítima estava ao chão. Os policiais alegaram que Ferreira estava em uma atitude suspeita e que tinha um “volume na cintura”, fazendo crer que ele carregava uma arma.
O relatório destaca que, embora os dois agentes tenham se tornado réus, foram posteriormente absolvidos pela Justiça de São Paulo. Essa decisão, no entanto, provocou uma reação do Ministério Público, que já anunciou a intenção de recorrer da sentença, evidenciando a continuidade da controvérsia em torno desse caso.
Além do ocorrido em São Paulo, o documento aborda investigações em Roraima, onde mais de 100 policiais estão sendo apurados por envolvimento com milícias e grupos de extermínio. As denúncias incluem a oferta de segurança a mineradores ilegais e atos de tortura.
O relatório também não poupa críticas ao governo brasileiro, mencionando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por sua suposta censura a defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo dos EUA argumenta que a administração atual tem restringido o acesso a debates democráticos e tem classificado manifestações políticas desfavoráveis como “discurso de ódio”. Um exemplo disso é o embate judicial envolvendo a plataforma X (anteriormente conhecida como Twitter), que teve suas operações limitadas no Brasil em resposta a ordens judiciais.
Esse episódio se insere em um contexto mais amplo de críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva e a ações que enfraquecem as liberdades civis. A escalada de tensões entre os Estados Unidos e os desdobramentos políticos no Brasil sugere um cenário complexo, onde questões de direitos humanos e liberdades democráticas estão no centro do debate internacional. Em meio a tudo isso, o ex-presidente Bolsonaro continua sendo um personagem polarizador, com suas ações e o processo judicial enfrentando forte fiscalização do exterior, especialmente dos EUA, que veem nele uma figura injustamente perseguida.