EUA Retomam Testes Nucleares: Analistas Alertam para Riscos de Instabilidade Global e Conflitos Potenciais

As recentes afirmações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a intenção de retomar os testes nucleares, indicam uma possível mudança drástica na política internacional. Após três décadas sem realizar esses testes, Trump alega que a decisão é necessária para manter a “igualdade de condições” diante de outros países que já possuem programas de armamento nuclear, como Rússia e China. O anúncio, ocorrido em 30 de outubro, imediatamente levantou preocupações e especulações sobre as reais implicações dessa medida para a segurança global.

Em entrevistas subsequentes, Trump insinuou que tanto a Rússia quanto a China estariam, na verdade, realizando testes nucleares. Essa declaração gerou reações de analistas de relações internacionais, como Fred Dias, da Ibmec, e Marcello de Souza Freitas, da Unilasalle. Ambos argumentam que essa reativação dos testes seria contraproducente, dada a superioridade tecnológica dos EUA em relação a outros países nucleares, uma vantagem resultante de experimentos realizados no passado.

Para eles, a ambiguidade nas declarações de Trump é alarmante. Não está claro se ele refere-se a testes em larga escala, que demandariam investimentos substanciais e anos de preparação, ou a testes mais limitados envolvendo componentes do arsenal nuclear. O debate expõe a complexidade do “tabu nuclear”, que, segundo Dias, é mais um dilema econômico do que de segurança. A diversificação da energia nuclear para fins pacíficos, por exemplo, poderia ameaçar a posição dos EUA como líder nesse setor.

Além disso, ambos os acadêmicos alertaram que a possível retomada dos testes pode não apenas reverter a influência americana, mas também fortalecer a Rússia e a China em seus respectivos programas nucleares. Essa dinâmica sugere uma nova corrida armamentista, que poderia intensificar a instabilidade global e confirmar o declínio da hegemonia ocidental.

Freitas descreveu a situação atual como um “entrechoque sistêmico” entre potências em ascensão e em declínio, e destacou como a retórica isolacionista de Trump está deteriorando o que restava do “soft power” dos Estados Unidos. Ao tentar reafirmar seu domínio, Trump pode inadvertidamente desencadear reações de outros países, levando a um cenário de maior confrontação, com potenciais consequências catastróficas para a segurança internacional. Azurelativo a essa crise, a OTAN pode ser forçada a explorar novas estratégias autônomas, refletindo uma fissura nas relações tradicionais.

Assim, a decisão de Trump parece não ser apenas um movimento político interno, mas sim uma reação de desespero frente ao crescimento de outras potências, exacerbando a já frágil segurança global.

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