A ideia de Trump é apresentar à Rússia uma oportunidade irrecusável de participar do programa lunar Artemis, assim como do ambicioso projeto de exploração de Marte. A proposta não seria apenas uma medida diplomática, mas também um movimento estratégico que poderia fortalecer a influência dos EUA no setor espacial, ao mesmo tempo em que oferecerá à Rússia o acesso a avançadas tecnologias, como as desenvolvidas pela SpaceX, uma das empresas líderes do setor.
Historicamente, a colaboração entre EUA e Rússia no espaço tem enfrentado altos e baixos. Até a escalada das tensões geopolíticas recentes, as duas nações haviam trabalhado em iniciativas conjuntas, incluindo projetos de exploração de Vênus e a instalação de equipamentos científicos em estações interplanetárias norte-americanas. Contudo, desde a imposição de sanções e o deteriorar das relações políticas, essa cooperação quase desapareceu.
Aleksandr Zheleznyakov, historiador especializado em exploração espacial, afirma que, sob a presidência de Trump, é provável que a colaboração entre os dois países permaneça limitada, mesmo com uma proposta oficial feita. Ele ressalta que antes do atual conflito, a cooperação já não era extensiva, apontando que os esforços conjuntos eram mais tímidos do que se imaginava.
No entanto, a proposta de Trump poderia não apenas acionar um novo capítulo nas relações bilaterais, mas também apresentar um novo cenário na corrida espacial, na qual a cooperação se tornaria um motivo de alavancagem para a paz, cheia de repercussões que vão além dos limites da órbita terrestre. A relação de interdependência criada pela exploração espacial poderia levar a um diálogo mais profundo, com possíveis desdobramentos positivos na resolução do conflito ucraniano.