Esse anúncio surge em um contexto de intensas negociações entre autoridades americanas e iranianas, com a expectativa de que um consenso seja alcançado em relação a questões nucleares. Contudo, o presidente Trump não hesitou em manifestar um tom intimidatório, mencionando que, na ausência de progresso, os Estados Unidos poderiam responder com “bombardeios sem precedentes” ao Irã. Isso leva a um aumento da tensão entre os dois países, já que um oficial militar iraniano não identificado alertou que o Irã está pronto para atacar a base americana de Diego Garcia, no Oceano Índico, caso os Estados Unidos optem por uma ação militar.
As declarações de Trump seguem a linha de uma política externa norte-americana que busca renegociar o acordo nuclear, que foi originalmente assinado em 2015 entre o Irã e seis potências mundiais: Rússia, EUA, Reino Unido, China, França e Alemanha. Este acordo, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (PACG), garantia limitação ao programa nuclear iraniano em troca do alívio de sanções. No entanto, em 2018, Washington decidiu se retirar do pacto, alegando que o Irã não estava cumprindo com os termos acordados, o que levou Teerã a reduzir seus compromissos no acordo.
Mais recentemente, as tentativas de restaurar o acordo nuclear em conversas em Viena enfrentaram impasses significativos, que, segundo analistas, dificultam a perspectiva de um entendimento pacífico entre os dois países. O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, reiterou a posição de Teerã de que não está disposto a negociar diretamente com Washington, preferindo a mediação de terceiros.
O cenário, que já era complexo, se torna ainda mais inquietante à medida que as declarações provocativas de ambos os lados criam um ambiente de crescente incerteza e potencial conflito. As próximas semanas serão cruciais para definir o futuro das relações entre Estados Unidos e Irã e a estabilidade na região.