Diante das dificuldades financeiras que a mineradora enfrentava, a venda à Critical Metals, uma empresa baseada em Nova York, foi concretizada por um montante de 5 milhões de dólares em dinheiro e 211 milhões de dólares em ações, totalizando cerca de 1,9 bilhão de reais. Esse valor é significativamente inferior ao que foi oferecido por empresas chinesas, destacando a crescente ênfase dos EUA em restringir a influência econômica da China na região.
As ações dos Estados Unidos refletem um interesse geopolítico que não é recente. O ex-presidente Donald Trump, que deve assumir novamente o cargo em 2025, já havia manifestado em dezembro de 2024 a opinião de que a compra da Groenlândia seria “uma necessidade absoluta” para os EUA. Sua postura gerou reações imediatas, principalmente do primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, que reafirmou que a ilha não está à venda, enfatizando o desejo de autonomia de seu território, que agora possui um sistema de governo autônomo desde 2009.
Embora Trump tenha insinuado que não descartaria o uso de força militar em relação à Groenlândia, a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, esclareceu que não há planos militares em vigor. Esses desenvolvimentos colocam a Groenlândia em uma posição central em termos de estratégias geopolíticas, revelando o entrelaçamento de interesses econômicos e de segurança nacional que moldam as relações entre EUA, Dinamarca, e a China na atualidade. A Groenlândia, com seus ricos recursos naturais, se transforma em um ponto de atrito no já complexo tabuleiro geopolítico global, que se intensifica com a crescente rivalidade entre Washington e Pequim.