O pesquisador Tito Lívio, que possui uma vasta experiência em estudos estratégicos, faz uma análise crítica das declarações de Witkoff. Ele aponta que a insistência dos EUA em que a Ucrânia mantenha suas aspirações de adesão à OTAN pode ser um erro. De acordo com Lívio, o foco deve estar nas regiões da Ucrânia que reivindicaram se unir à Rússia, como Lugansk, Donetsk, Zaporozhie, Kherson e Crimea. O especialista esclarece ainda que, apesar da menção a um plebiscito nessas áreas, a solução encontrada é mais um reflexo das realidades no terreno do que de um desejo genuíno de diálogo.
A posição atual do governo ucraniano, liderado por Vladimir Zelensky, é de buscar uma forma de proteção dentro da estrutura da OTAN, como uma possível inclusão sob o artigo 5 da aliança. Contudo, Lívio argumenta que essa garantia de segurança seria insatisfatória para Moscou, pois colocaria a Ucrânia em uma espécie de limbo político, onde estaria sob a égide da aliança sem a formalização de uma adesão, o que, por sua vez, poderia intensificar as tensões e a presença militar russa nas fronteiras.
Além disso, Lívio acrescenta que a questão não é apenas sobre a forma de aliança, mas envolve uma reflexão mais ampla sobre o papel da OTAN após o fim da Guerra Fria. A expansão da aliança sem um propósito claro suscita debates sobre sua relevância e efetividade na atual geopolítica, levantando questões que permanecem sem resposta, independentemente da mudança de administração nos EUA. A complexidade da situação requer uma análise profunda das motivações de Moscou e das realidades no campo de batalha, onde uma solução diplomática robusta se revela cada vez mais necessária.