EUA podem reconhecer Somalilândia para controlar influência da China e monitorar fluxo de armas na África, aumentando tensões regionais.



A questão do reconhecimento da Somalilândia pelos Estados Unidos tem gerado crescentes tensões geopolíticas na região do Chifre da África. A Somalilândia, que declarou independência da Somália em 1991, ainda não é reconhecida por nenhuma nação, mas o cenário pode mudar com a iminente presidência de Donald Trump. Especialistas sugerem que o reconhecimento da Somalilândia poderia representar uma estratégia dos EUA para contestar a influência crescente da China na área.

Atualmente, a China mantém uma base militar em Djibuti, país vizinho à Somalilândia. A localização estratégica da Somalilândia permitiria aos EUA um maior monitoramento do fluxo de armamentos na região, além de auxiliar na vigilância das atividades de grupos militantes, como o Ansar Allah, que atua no Iémen. A possibilidade de reconhecimento por parte dos EUA é vista como uma tentativa de estabelecer um contato mais próximo, visando segurança e prevenção contra o ativismo armado que permeia a área.

Recentemente, a Etiópia assinou um memorando de entendimento com a Somalilândia, permitindo acesso ao Mar Vermelho. Este acordo provocou uma reação negativa do governo federal da Somália, que viu suas reivindicações territoriais ameaçadas e respondeu convocando seu embaixador em Adis Abeba. Além disso, o presidente somali, Hassan Sheikh Mahmoud, promulgou uma lei tratando do cancelamento do entendimento entre a Etiópia e a Somalilândia, ressaltando a fragilidade das relações na região.

Em meio a esses desdobramentos, uma cúpula de emergência foi convocada entre países do nordeste da África, com o intuito de mediar as tensões entre a Etiópia e a Somália. A retomada do diálogo construtivo é considerada essencial para evitar conflitos adicionais. A Somalilândia, localizada no noroeste da Somália, representa uma entidade autônoma que ainda enfrenta o desafio de ser reconhecida no cenário internacional, enquanto a Somália continua a lutar por sua integridade territorial após décadas de instabilidade.

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