EUA Iniciam Investigação Comercial contra Brasil e Amorim Critica Ameaça como ‘Cano de Revólver na Cabeça’

A atual relação entre Brasil e Estados Unidos enfrenta um momento crítico, em grande parte devido a uma investigação comercial iniciada pelo governo americano sob a liderança de Donald Trump. O foco da investigação, que foi anunciada de forma surpreendente, está em práticas comerciais brasileiras que supostamente criam barreiras às exportações americanas. Este movimento redobrados de tensão nas relações bilaterais já é considerado o mais sério desde o início do século 20.

Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e atualmente assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não hesitou em classificar a ação dos EUA como uma “ameaça sem justificativa”. Sua crítica se baseia na Seção 301 da legislação comercial dos EUA, que permite a investigação de práticas comerciais que possam prejudicar os interesses americanos. Amorim descreveu a simples menção dessa seção como uma arma de pressão, comparando a experiência de negociar sob essas circunstâncias à de “estar com o cano de um revólver na cabeça”.

O impacto da decisão americana exigiu uma rápida mobilização do governo brasileiro, que estava focado em negociar tarifas de 50% anunciadas em um contexto anterior. Apenas algumas horas antes do anúncio da investigação, o Brasil havia enviado uma solicitação ao governo dos EUA pedindo diálogo e negociando possíveis soluções. Contudo, a resposta dos EUA não apenas ignorou o pedido, mas também avançou com uma investigação que abrange uma série de políticas, incluindo comércio digital, propriedade intelectual e questões ambientais.

Para complicar ainda mais a situação, declarações recentes do secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, que insinuaram a possibilidade de sanções secundárias contra Brasil, China e Índia por suas relações comerciais com a Rússia, intensificaram as tensões. O governo brasileiro considerou as declarações como incoerentes, lembrou que países membros da OTAN continuam a comprar petróleo russo, e reiterou sua postura de não apoiar sanções que não sejam aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU.

Dessa forma, o Brasil se vê em uma posição delicada, entre a necessidade de defesa de seus interesses comerciais e a pressão externa, em um cenário que carece de um espaço diplomático eficaz para resolução de conflitos. A expectativa é que esforços para um diálogo mais produtivo possam surgir, mas as circunstâncias atuais indicam que o caminho à frente será árduo.

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