EUA e Irã se reúnem em Omã para discutir tensões sobre programa nuclear em meio a negociações complexas e propostas divergentes.



No próximo domingo, 15 de junho, Mascate, capital de Omã, será o palco de um encontro crucial entre o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi. A reunião surge em um momento delicado, marcado por crescentes tensões relacionadas ao programa nuclear iraniano e a necessidade de revitalizar as negociações sobre um possível novo acordo.

Apesar de esperada, a expectativa em torno desse encontro é temperada pela incerteza. Até o momento, o Irã não ofereceu uma resposta clara à proposta apresentada por Washington, o que gera preocupações quanto à realização da sexta rodada de negociações previamente agendada. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baqaei, fez críticas à proposta dos EUA, a qual, segundo ele, carece de elementos concretos e não reflete o contexto das negociações anteriores que envolveram cinco rodadas.

Um dos principais pontos de discórdia é a continuidade do enriquecimento de urânio por parte do Irã, juntamente com as exigências norte-americanas em relação às preocupações sobre o potencial militar do programa nuclear iraniano. Em troca, Teerã busca garantias que incluam a remoção de sanções econômicas que têm afetado gravemente sua economia.

Durante um discurso recente, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, enfatizou que as condições apresentadas pelos EUA não apenas ignoram os interesses da república islâmica, mas também dificultam ainda mais o avanço das negociações. O presidente dos EUA, Donald Trump, demonstrou uma postura otimista ao afirmar, em uma conversa com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que acredita na possibilidade de se chegar a um acordo, preferindo evitar o uso de força militar neste momento.

As negociações, que começaram após Trump enviar uma carta a Khamenei no início de março, têm sido mediadas por Omã, que atuou como intermediário em uma tentativa de facilitar o diálogo. Embora o Irã tenha rejeitado um contato direto, a disposição para participar de conversas indiretas sinaliza que, mesmo em meio a uma atmosfera de desconfiança mútua, existe um desejo de encontrar uma solução diplomática e evitar um colapso nas relações bilaterais.

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