Esse movimento, no entanto, ocorre em um contexto de crescente tensão entre Taiwan e China. O Exército de Libertação Popular (ELP) chinês não ficou inativo, enviando aeronaves e embarcações navais para seguir e monitorar o deslocamento dos navios, conforme informado pelo Comando do Teatro Oriental chinês. Essa vigilância intensificada reflete as preocupações da China em relação às atividades militares de seus adversários na região.
Nos últimos meses, a situação no estreito de Taiwan se deteriorou drasticamente. Somente na semana passada, a China conduziu extensos exercícios militares que marcaram uma escalada de suas ações na região, incluindo o uso de um número recorde de aviões de guerra e a mobilização de sua Guarda Costeira. A tensão foi exacerbada por declarações do novo líder taiwanês, Lai Ching-te, que afirmou que nenhum dos lados do estreito é subordinado ao outro, desafiando a posição de Pequim sobre a soberania de Taiwan.
Em adição ao cenário militar, vale lembrar que as relações entre a China e Taiwan são complexas e historicamente tensas. Desde a ruptura de laços formais em 1949, as interações têm sido reguladas por canais não oficiais, mas a crescente assertividade de Pequim em relação à ilha tem gerado preocupações não apenas em Taiwan, mas também entre seus aliados, como os Estados Unidos e o Canadá. A passagem dos navios de guerra é vista também como um esforço para reafirmar a liberdade de navegação na área, um princípio que os EUA defendem amplamente no contexto do direito internacional.
Essa nova movimentação na região sublinha a fragilidade da paz no estreito de Taiwan e o potencial para um agravamento das tensões geopolíticas entre as potências ocidentais e a China. Enquanto os exercícios militares chineses continuam e as trocas retóricas aumentam, a comunidade internacional observa atentamente, consciente das implicações que uma escalada poderia ter para a segurança regional e global.