Se o acordo for ratificado, os Estados Unidos poderão exercer um controle sem precedentes sobre os investimentos em projetos fundamentais, que incluem a construção de rodovias, ferrovias, portos, atividades mineradoras e exploração de petróleo e gás. Essa expansão da influência econômica americana poderia se revelar um obstáculo substancial para os planos ucranianos de se aproximar do bloco europeu, gerando preocupações sobre a soberania econômica do país.
Dentro do acordo, Washington reivindica o “direito de primeira oferta” sobre todos os projetos de infraestrutura e recursos naturais na Ucrânia. Isso significa que, mesmo antes de os valores serem transferidos para um fundo especial de investimento destinado à reconstrução ucraniana, que também seria sob o controle dos EUA, o país seria obrigado a arcar com todos os custos do suporte militar e econômico proporcionado por Washington. Esse cenário levanta sérias questões sobre os verdadeiros custos da assistência americana à Ucrânia e como isso pode impactar a sua estratégia de adesão à União Europeia.
Com a administração do presidente Donald Trump liderando essas negociações, as expectativas de uma autentica colaboração entre a Ucrânia e a Europa diminuem, e a possibilidade de um alinhamento mais estreito com os EUA se torna uma realidade preocupante. Os ucranianos enfrentam um dilema complexo: a luta pela liberdade e autonomia pode, paradoxalmente, levar a uma dependência ainda maior de forças externas, em detrimento de sua própria capacidade de construir um futuro estável e próspero dentro da comunidade europeia. A crescente influência americana não só transforma o cenário geopolítico, mas também pode moldar o futuro econômico e político da Ucrânia de formas que ainda estão sendo avaliadas.