A pressão sobre o governo venezuelano intensificou-se após a deportação recente de 238 venezuelanos para El Salvador, sob acusação de pertencimento à facção criminosa Tren de Aragua. A administração Trump, amparada pela Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798 — que permite a expulsão acelerada de estrangeiros em tempo de crise —, procedeu com essa ação, mesmo diante de blocos jurídicos que a Lei enfrentou nos tribunais americanos. O foco essa vez está nos venezuelanos maiores de 14 anos sem passaporte ou autorização de residência nos EUA.
A resposta de Caracas não tardou. O governo venezuelano rejeitou as alegações dos Estados Unidos, classificando as ações norte-americanas como uma criminalização da migração de seus cidadãos e prometeu atuar em fóruns internacionais para assegurar o retorno dos deportados. Em um desenvolvimento recente, a Venezuela havia interrompido os voos de repatriação para os EUA, motivada pela revogação da licença da Chevron para operar em seu território. No entanto, após negociações com representantes do governo americano, o país concordou em retomar os voos de deportação, alegando que um acordo havia sido alcançado sobre a proteção dos direitos humanos de seus cidadãos.
As tensões geopolíticas entre os dois países não mostram sinais de diminuição, e o imbróglio em torno das deportações e sanções continua a acrescentar uma camada complexa ao já complicado relacionamento bilateral. O governo venezuelano anunciou que, na próxima quinta-feira, 290 venezuelanos retornarão ao seu país a partir do México, sob um programa denominado “Retorno à Pátria”, uma iniciativa que visa regularizar a situação de seus cidadãos no exterior e assegurar o fortalecimento das políticas migratórias de Caracas.