Esse movimento acontece em um contexto de crescente preocupação dos Estados Unidos com a influência da China na América Latina, e o Canal do Panamá, que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, se tornou um símbolo dessa disputa. Desde que a administração de Donald Trump expressou interesse em reverter as concessões do canal feitas em 1999, a relação entre os Estados Unidos e o Panamá tem se mostrado cada vez mais complexa. Trump, em seu discurso de posse, levantou questões sobre a suposta operação do canal pela China, aumentando a tensão entre as duas potências.
Os acordos que levaram à devolução do canal ao Panamá em 1999, conhecidos como Tratados Torrijos-Carter, asseguraram que o controle da estrutura passasse a ser gerido localmente, pondo fim a mais de 80 anos de domínio dos Estados Unidos. No entanto, analistas apontam que a atual administração americana pode estar buscando maneiras de reverter essa dinâmica, usando uma combinação de pressão econômica e influência militar.
Historicamente, o Panamá tem servido como um ponto crucial para o comércio internacional, e sua relação com a China, especialmente no que diz respeito a investimentos e infraestrutura, tem sido uma fonte de preocupação para Washington. A mudança de controle dos portos para uma empresa americana pode ser vista como uma tentativa estratégica de restabelecer a influência dos Estados Unidos na região, ao mesmo tempo em que diminui a presença chinesa.
Além disso, observadores alertam que essa movimentação pode desencadear reações no Panamá, cujas autoridades já têm lidado com os desafios de manter um equilíbrio em suas relações com potências globais, especialmente em um cenário onde as tensões entre os EUA e a China continuam a se intensificar. Essa situação destaca a necessidade de um delicado gerenciamento das políticas externas, tanto em relação ao comércio quanto à segurança, num contexto internacional em constante mudança.