Um dos estados destacados no relatório é Alagoas, onde foram contabilizados 522 homicídios de crianças e adolescentes e 2.570 casos de abuso sexual. Os dados são assustadores e mostram um cenário preocupante para a juventude do estado, que reflete uma realidade ainda mais aterradora em nível nacional.
O estudo indica que, embora a taxa nacional de homicídios tenha caído, houve um aumento significativo nas mortes resultantes de intervenções policiais. Em 2023, quase 20% das mortes de jovens entre 10 e 19 anos foram causadas por ações policiais, número que cresce para 27 óbitos em Alagoas nos últimos três anos.
A violência sexual contra menores permanece uma questão crítica no Brasil. Em 2023, foram registrados 63.430 casos, o que significa uma média de um estupro a cada 8 minutos. Em Alagoas, os registros passaram de 709 casos em 2021 para 958 em 2023. A maioria das vítimas de violência sexual são meninas e crianças menores de 4 anos, com um aumento de 23,5% nessas agressões nesse grupo etário.
Entre as vítimas de violência letal, os meninos negros são particularmente vulneráveis: 91,6% dos adolescentes de 15 a 19 anos mortos são pretos ou pardos. A pesquisa revela que a maioria dos adolescentes são mortos fora de casa, enquanto as crianças mais novas sofrem violência letal predominantemente no ambiente doméstico e por agressores conhecidos.
O perfil das vítimas de violência sexual é claro: 87,3% são meninas. Em termos de idade, cerca de 48,3% das vítimas de violência sexual tinham entre 10 e 14 anos, enquanto mais de 35% das agressões foram cometidas contra crianças de 0 a 9 anos.
Os dados expostos pelos relatórios do UNICEF e FBSP sublinham a urgência de ações efetivas e políticas públicas que possam proteger as crianças e adolescentes brasileiros, um desafio que exige o envolvimento de toda a sociedade para garantir um futuro seguro e digno para os mais jovens.