Estudo revela: regiões mais chuvosas têm maior diversidade de animais, exceto répteis; Andes e Amazônia se destacam na biodiversidade.



Uma pesquisa realizada por um pesquisador da Universidade de Tel Aviv, em conjunto com cientistas de diversas partes do mundo, incluindo da renomada Universidade de São Paulo (USP), revelou que lugares com maior volume de chuva tendem a abrigar uma maior diversidade de espécies de mamíferos, anfíbios e aves. Essa correlação foi observada em diversos locais ao redor do mundo, sendo as áreas com maior biodiversidade a Bacia Amazônica, região dos Andes, nordeste da floresta tropical, América do Sul, Grandes Lagos Africanos e boa parte do Sudeste da Ásia.

De acordo com os pesquisadores, a riqueza de animais na região dos Andes é resultado das diferenças de altitude que obrigam as espécies a adquirirem características específicas para sobreviver. Já na Floresta Amazônica, o relevo acidentado aliado à diversidade do ecossistema proporciona um ambiente único para a multiplicidade de espécies.

Segundo Márcio Martins, professor do Instituto de Biociência da USP e um dos autores do estudo, a Serra do Divisor, localizada no Acre e próxima aos Andes, abriga a maior diversidade de anfíbios do Brasil. No entanto, altitudes acima de 4 mil metros na região dos Andes não apresentaram a mesma diversidade devido às condições climáticas mais extremas.

Um dos aspectos interessantes destacados pelos pesquisadores é a relação entre a presença de chuva e a diversidade de espécies. Aves e mamíferos, por serem animais endotérmicos, são capazes de regular a temperatura corporal com o calor gerado por seus corpos, permitindo a adaptação a diferentes ambientes. Já os anfíbios, por serem ectotérmicos, dependem da umidade proporcionada pelas chuvas para realizar processos essenciais à sua sobrevivência.

Curiosamente, os répteis, também ectotérmicos, não apresentaram a mesma correlação entre diversidade e precipitação. Esses animais conseguem sobreviver em condições de seca devido ao fato de não perderem água para o ar devido ao seu corpo coberto de escamas.

Além disso, os pesquisadores observaram que a proximidade com a Linha do Equador também influencia na diversidade de espécies, com regiões mais próximas apresentando maior biodiversidade de tetrápodes. No entanto, mesmo em latitudes equivalentes, a diversidade tende a ser maior no hemisfério sul devido às temperaturas mais altas nas latitudes meridionais e à presença de áreas oceânicas maiores em comparação ao hemisfério norte.

Em síntese, a pesquisa revela como a distribuição geográfica da fauna está intrinsecamente ligada às condições climáticas locais, destacando a importância da chuva e da temperatura na manutenção da biodiversidade de mamíferos, aves, anfíbios e répteis ao redor do mundo.

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