O gotejamento ocorre quando a porção inferior da crosta terrestre é submetida a altas temperaturas, fazendo com que o material rochoso derreta e forme gotículas que, ao adquirirem massa suficiente, se desprendem e descem em direção às profundezas do planeta. Embora esse fenômeno seja de grande importância para a compreensão da evolução geológica da Terra e da formação dos continentes, não representa uma ameaça imediata para os habitantes da região e nem para o continente como um todo, dada a vastidão temporal dos processos geológicos envolvidos, que se estendem por milhões ou até bilhões de anos.
Além dos Estados Unidos, o gotejamento litosférico é um evento observado em outras regiões do mundo, como nos Andes e no planalto da Anatólia, na Turquia, onde alterações na superfície indicam atividade geológica interna. O cientista Thorsten Becker, da Universidade do Texas em Austin, destaca a relevância desse tipo de estudo para o entendimento de como os continentes se formam e se fragmentam ao longo de vastos períodos.
Uma simulação realizada pelos pesquisadores revela que o cráton que sustenta a maior parte da América do Norte está gradualmente se tornando mais fino. Isso se deve, em parte, à subducção da antiga placa tectônica de Farallon, que deve estar situada a aproximadamente 600 km de profundidade. Esta placa vem sendo submergida sob a placa tectônica norte-americana por centenas de milhões de anos, redirecionando fluxos de material do manto e enfraquecendo a parte inferior do cráton, embora este processo afete todo o cráton de forma uniforme.
Diante desses achados, os cientistas reitera que, apesar da significância dos processos geológicos e das mudanças que eles provocam na estrutura da litosfera, os impactos diretos na vida cotidiana dos habitantes do continente são, por ora, irrelevantes.