Os cientistas criaram um “atlas celular da gordura” utilizando uma técnica de sequenciamento de RNA de núcleo único, que permitiu mapear as diferentes células presentes no tecido adiposo. Surpreendentemente, descobriram que além das células de gordura convencionais, existem subtipos com funções distintas, como os adipócitos angiogênicos, relacionados à formação de vasos sanguíneos, os adipócitos relacionados ao sistema imunológico e os adipócitos da matriz extracelular.
Essa descoberta indica que essas células atípicas podem desempenhar um papel crucial na remodelação do tecido adiposo conforme o peso e o metabolismo sofrem variações. O desequilíbrio nesse processo pode levar a mais inflamação e problemas de saúde, especialmente na gordura visceral, que está associada a condições mais graves.
O estudo também observou uma maior presença das células não convencionais na gordura visceral de indivíduos com maior resistência à insulina, sem determinar se essa relação é causal ou apenas correlacional. Embora a pesquisa tenha suas limitações, como o número reduzido de amostras, novos estudos são necessários para aprofundar o entendimento do impacto dessas células no desenvolvimento de doenças.
Se os resultados forem confirmados, o novo tipo de célula poderá ser uma peça-chave no combate aos processos inflamatórios relacionados à obesidade e na previsão do risco de diabetes e outras condições em pessoas com excesso de gordura visceral. Essa descoberta representa uma importante contribuição para a ciência e abre caminho para novas estratégias terapêuticas no tratamento da obesidade e de suas complicações associadas. Fique por dentro de mais novidades sobre saúde e ciência seguindo nossa editoria no Instagram!