De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), existem atualmente 19 fungos listados como ameaças à saúde humana. No entanto, um grupo de pesquisadores acredita que esse número pode ser ainda maior, levando em consideração os avanços nas pesquisas científicas da área.
Um estudo recente publicado na renomada revista científica Nature trouxe à tona a preocupação em relação à resistência de alguns fungos a altas temperaturas. Essa resistência pode torná-los capazes de infectar o corpo humano, representando uma ameaça à saúde pública. Os pesquisadores destacam que a emergência de patógenos fúngicos invasivos é uma questão cada vez mais relevante e que requer atenção.
O estudo, que investigou infecções fúngicas em hospitais chineses ao longo de uma década, identificou uma nova espécie causadora de infecções. Chamada de Rhodosporidiobolus fluvialis, essa espécie demonstrou capacidade de sobrevivência em altas temperaturas corporais, o que pode contribuir para a sua disseminação e resistência a tratamentos medicamentosos convencionais.
Os pesquisadores alertam que a mutação acelerada desses fungos pode resultar em resistência a medicamentos antifúngicos amplamente utilizados, dificultando o tratamento de possíveis infecções. Além disso, apontam o aumento da temperatura global, decorrente das mudanças climáticas, como um fator que pode favorecer a evolução de novos patógenos fúngicos e a propagação de doenças infecciosas.
Apesar dessas descobertas alarmantes, alguns especialistas, como o biólogo Toni Gabaldón, ressaltam a importância de mais pesquisas para estabelecer conexões diretas e compreender melhor o impacto dessas observações. A cautela e a continuidade dos estudos são fundamentais para enfrentar os desafios representados pelos fungos e garantir a saúde pública.