O artigo intitulado “Análise Multivariada de Ilha de Calor Urbana na Região Metropolitana de São Paulo” desenvolvido por Pedro Almeida e Flávia Ribeiro, aponta que a formação de ilhas de calor na Grande São Paulo está diretamente relacionada com a menor presença de áreas verdes e a maior quantidade de construções residenciais e comerciais. A pesquisa foi conduzida com base em informações coletadas em 30 estações meteorológicas da região metropolitana, monitoradas pelo Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo, durante um período de dez anos.
Os resultados indicaram que bairros como Vila Mariana, Sé, Pinheiros, Butantã e Lapa são os mais afetados pelas altas temperaturas, especialmente durante a primavera. Por outro lado, os bairros rurais como Capela do Socorro e Riacho Grande desfrutam de uma menor variação de temperatura, maior umidade relativa e, consequentemente, oferecem um conforto térmico maior aos seus moradores.
Pedro Almeida, principal autor do estudo, ressalta a importância de aumentar a cobertura de áreas verdes como solução para minimizar os efeitos das ilhas de calor urbanas. Ele também menciona a utilização de telhados verdes e superfícies reflexivas, além de políticas de planejamento urbano que promovam um equilíbrio entre edificações, arborização e áreas verdes.
O pesquisador enfatiza a necessidade de futuras análises incluírem dados socioeconômicos e a expansão do estudo para outras regiões urbanas do Brasil e do mundo, a fim de aprimorar as comparações e contribuir para o debate sobre a mitigação e adaptação às mudanças climáticas nas áreas urbanas. A pesquisa revela a importância de se compreender e enfrentar os desafios do clima urbano, visando o bem-estar e a qualidade de vida da população.