Estudo aponta que quase 40% das escolas de capitais não têm área verde, comprometendo educação básica de crianças em áreas de risco.



Um estudo divulgado nesta quarta-feira (27) revelou que a situação das escolas de educação infantil e ensino fundamental nas capitais brasileiras está longe do ideal. De acordo com a pesquisa O Acesso ao Verde e a Resiliência Climática nas Escolas das Capitais Brasileiras, realizada pelo Instituto Alana, seis em cada dez instituições pesquisadas estão localizadas em áreas com temperaturas pelo menos 1 grau Celsius acima da média da região. Além disso, quase 40% dessas escolas não possuem áreas verdes, 11,3% estão em favelas e 6,7% em áreas de risco de desastres naturais.

No total, 370 mil estudantes de 1.383 escolas públicas e privadas estão inseridos em locais de risco climático, o que pode comprometer a educação básica de crianças e adolescentes devido a eventos climáticos extremos como enchentes, tempestades e deslizamentos. Segundo Maria Isabel Barros, especialista em criança e natureza do Instituto Alana, essa situação pode resultar em semanas sem aulas e até mesmo no abandono escolar.

A falta de áreas verdes nas escolas também foi destacada no estudo, que apontou que apenas 26,6% da área ocupada pelas instituições é composta por vegetação. A presença de espaços verdes no ambiente escolar é fundamental para o desenvolvimento integral das crianças, promovendo um brincar mais ativo e benéfico, contribuindo para a sociabilidade e saúde dos estudantes.

Além disso, a pesquisa destacou as desigualdades territoriais, raciais e socioeconômicas existentes nas escolas, com a maioria das escolas em áreas de risco para desastres naturais tendo maioria de estudantes negros. Esses dados refletem as desigualdades presentes na distribuição do verde e no risco das cidades brasileiras, evidenciando a urgência de políticas públicas que garantam um ambiente escolar seguro e adequado para todos os estudantes.

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