Estudo aponta que prática de mindfulness pode aliviar dores de forma efetiva, superando o efeito placebo, segundo pesquisa da Universidade da Califórnia.

Um novo estudo realizado por cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, traz evidências promissoras sobre os benefícios da prática da atenção plena, também conhecida como mindfulness, no controle da dor. Publicado no periódico Biological Psychiatry, o estudo revelou que a meditação mindfulness pode ser eficaz na redução da intensidade da dor, sendo superior ao efeito placebo em casos de dores crônicas.

A percepção da dor é influenciada por diversos fatores, como experiências pessoais, estado cognitivo e afetivo, e até mesmo expectativas. O efeito placebo, por sua vez, ocorre quando a simples crença em um tratamento, mesmo que ineficaz, resulta em uma melhora dos sintomas. No entanto, os resultados do estudo indicaram que a prática da meditação mindfulness produziu efeitos distintos daqueles observados no efeito placebo, mostrando uma redução significativa na intensidade da dor.

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores dividiram os participantes em quatro grupos e submeteram-nos a estímulos dolorosos, avaliando a sensação de dor antes e depois das intervenções realizadas. Os resultados demonstraram que aqueles que praticaram a meditação mindfulness com a técnica correta apresentaram uma redução significativa na intensidade da dor, em comparação com os grupos de meditação simulada e placebo.

Além disso, a análise dos mecanismos cerebrais envolvidos revelou que a meditação mindfulness ativa vias diferentes das acionadas pelo efeito placebo, contribuindo para a redução de padrões cerebrais associados à dor e emoções negativas. A prática da atenção plena envolve focar no momento presente, atentando-se a sensações, sentimentos e pensamentos, o que pode ajudar a evitar distrações e pensamentos intrusivos que geram desconforto.

Os pesquisadores ressaltam que a meditação mindfulness pode ser uma alternativa acessível e eficaz para auxiliar no tratamento de dores crônicas, proporcionando benefícios tanto no aspecto nociceptivo quanto afetivo da sensação dolorosa. Ainda mais, a neurocientista Elisa Kozasa, do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca a importância dos achados do estudo, que contribuem para uma melhor compreensão dos efeitos da meditação no controle da dor.

Portanto, diante dessas descobertas, a meditação mindfulness surge como uma prática promissora para o alívio da dor e melhoria da qualidade de vida, podendo ser incorporada como coadjuvante no tratamento de dores crônicas. É importante destacar a importância de mais estudos e pesquisas nessa área para elucidar ainda mais os mecanismos pelos quais a atenção plena atua no controle da dor e promove bem-estar aos indivíduos.

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