Estudo aponta que mais de 140 moderadores do Facebook no Quênia sofrem de doenças mentais graves devido à exposição a conteúdos traumáticos



Um alarmante crescimento de casos relacionados à saúde mental entre moderadores de conteúdo no Quênia chamou a atenção das autoridades e da sociedade em geral. Relatórios indicam que mais de 140 profissionais envolvidos na moderação de conteúdo do Facebook apresentaram diagnósticos de doenças mentais, como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e transtorno depressivo maior (TDM). Esses profissionais, contratados pela empresa Samasource Kenya, foram expostos a conteúdos extremamente perturbadores, incluindo imagens de assassinato, suicídio e abusos sexuais.

As condições de trabalho enfrentadas por esses moderadores são motivo de preocupação. Além do estresse constante devido à natureza do trabalho, eles recebem salários muito inferiores em comparação aos seus colegas em países desenvolvidos. Essa disparidade salarial, somada ao ambiente de alta pressão e ao conteúdo chocante que precisam revisar regularmente, contribui para um aumento significativo nos problemas de saúde mental entre eles.

Martha Dark, líder de uma organização sem fins lucrativos que apoiou uma ação judicial contra a empresa controladora do Facebook, a Meta, e a Samasource, revelou que a situação é insustentável. Segundo ela, a evidência sugere que moderar conteúdo online pode ser uma atividade perigosa, com risco elevado de danos psicológicos que podem perdurar por toda a vida. “Estamos diante de um cenário onde a saúde mental dos trabalhadores está em jogo, e isso precisa ser abordado urgentemente”, afirmou.

Além dos problemas de saúde mental, os moderadores relataram impactos severos em sua vida pessoal, incluindo o aumento do consumo de substâncias, quebras de relacionamentos e um sentimento geral de insegurança. A situação é um reflexo das condições de trabalho das plataformas digitais, que frequentemente negligenciam o bem-estar psíquico de seus empregados em nome da produtividade e da moderação de conteúdo.

Esse caso levanta uma questão crítica sobre a responsabilidade das empresas de tecnologia em garantir condições de trabalho seguras e humanas para seus colaboradores, especialmente em um setor tão impactante e potencialmente traumático. A necessidade de uma abordagem mais ética e responsável na gestão de moderação de conteúdo digital é agora mais do que evidente.

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