Pesquisadores da França e da China analisaram os perfis e a incidência de quatro tipos principais de câncer de pulmão: adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas, carcinomas de pequenas células e de grandes células. O estudo comparou dados de 2022 com registros de anos anteriores e identificou uma mudança significativa nos padrões da doença.
Antigamente, o câncer de pulmão mais comum era o de células escamosas, principalmente em homens devido ao tabagismo. No entanto, o adenocarcinoma, que está relacionado ao cigarro, mas também à poluição do ar, se tornou o tipo mais prevalente. Em 2020, ele representava 45% dos casos em homens e 59% nas mulheres, demonstrando uma tendência de queda entre os homens e um aumento entre as mulheres.
A oncologista Patrícia Taranto, do Hospital Israelita Albert Einstein, explicou que a mudança nos padrões de consumo de cigarro e as campanhas antitabagismo contribuíram para a redução da incidência de carcinoma escamoso e pequenas células. Ela ressaltou que até 10% dos casos de câncer de pulmão podem ser causados pela poluição, principalmente o adenocarcinoma.
Atualmente, o rastreamento para detecção precoce da doença é recomendado apenas para a população de risco, como pessoas com mais de 50 anos e tabagistas com alta carga tabágica. A especialista destacou a importância desse rastreio na redução da mortalidade relacionada ao câncer de pulmão e alertou para a necessidade de mais pesquisas e meios de detecção precoce dos tumores.
Com o aumento da incidência relacionada à poluição, a oncologista enfatizou a importância de medidas para reduzir a emissão de poluentes e melhorar a qualidade do ar. Portanto, é fundamental a conscientização sobre os fatores de risco e a busca por formas de controle e prevenção desses tumores.
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