A ideia de criar um algoritmo para prever os casos de dengue veio a partir da observação do aumento constante de diagnósticos e da necessidade de um projeto que envolvesse dados, área de interesse dos estudantes. Ao pesquisar artigos científicos, o grupo identificou variáveis-chave que influenciam nos casos da doença, como nível de precipitação e temperatura média, e decidiu montar uma base de dados própria.
Os dados foram coletados principalmente do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE). O grupo utilizou como referência o período até 2023 para testar a precisão do algoritmo, obtendo resultados satisfatórios na previsão dos casos.
Motivados pelo sucesso do projeto, os estudantes decidiram disponibilizar seu trabalho no Harvard Dataverse, renomado repositório de dados da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. A intenção é compartilhar não apenas o algoritmo desenvolvido, mas também a base de dados criada, a fim de contribuir com a comunidade científica.
Em um contexto em que a dengue atingiu números recordes em São Paulo, com mais de 2 milhões de casos confirmados e mais de 2 mil óbitos em 2024, a relevância de iniciativas como a dos estudantes da FEI se torna ainda mais evidente. A prevenção e o controle da doença tornam-se fundamentais, e a disseminação de informações sobre como combater a proliferação do mosquito transmissor, Aedes aegypti, se faz essencial. Medidas simples, como manter recipientes de água vedados e limpos, podem contribuir significativamente para evitar a propagação da dengue.