Os protestos, predominantemente organizados por jovens através das redes sociais, clamam por soluções efetivas contra a violência urbana, além de demandar a saída de Jerí, o fechamento do Congresso e a convocação de uma assembleia constituinte para a elaboração de uma nova Constituição. Jerí ocupou a presidência interina após o impeachment da ex-presidente Dina Boluarte, que foi destituída por alegações de “incapacidade moral” e corrupção.
Os confrontos que ocorreram na Praça San Martín, um local central na capital peruana, resultaram em momentos dramáticos, incluindo o uso de coquetéis molotov por manifestantes e a réplica policial com gás lacrimogêneo e balas de borracha. Durante os confrontos, pelo menos 55 policiais e 20 civis foram feridos, e dez pessoas foram detidas.
A morte de Trvko gerou uma onda de indignação na sociedade peruana e aumentou a pressão sobre Jerí, que se pronunciou nas redes sociais desejando forças à família da vítima e prometendo transparência nas investigações dos acontecimentos. A mobilização começou a ganhar força após uma reforma polêmica no sistema de aposentadorias, proposta durante o governo de Boluarte, que exigiria a adesão de todos os cidadãos a um fornecedor de pensões a partir dos 18 anos.
Diante desse clima de tensão e insegurança, Jerí, em seu discurso ao assumir a presidência, declarou uma “guerra” contra as facções criminosas. De apenas 38 anos e oriundo do partido conservador Somos Peru, ele destaca que sua intenção é promover um governo de reconciliação e priorizar a segurança pública. As próximas eleições no país estão agendadas para abril de 2026, e Jerí enfatizou que se compromete a respeitar a soberania do povo ao entregar o poder ao vencedor eleitoral. Assim, os desafios para sua administração se acumulam, em um cenário em que a insatisfação popular e a violência urbana continuam a crescer.