O diálogo interceptado em agosto de 2024 entre Alex Rezende Parente e um interlocutor identificado como Tiago expõe o modus operandi do grupo, revelando a cooptação de agentes públicos e favores para obter acesso privilegiado a administrações municipais, como a de Maricá. Tiago menciona a entrega de ingressos a uma mulher não identificada, que tinha proximidade com o vice-prefeito e suposta ligação com o ex-deputado federal André Moura.
A estratégia do grupo criminoso envolvia consolidar o acesso ao poder municipal por meio de conexões políticas. Tiago ressalta que a mulher atuava nos bastidores para facilitar a execução de contratos fraudulentos e destaca a influência do vice-prefeito Joãozinho do PT sobre as decisões da prefeitura, mesmo com Washington Quaquá como prefeito.
Neste contexto, vale ressaltar que recentemente o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, gerou polêmica ao manifestar apoio a Domingos Brazão, acusado de envolvimento no assassinado da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, em 2018. Quaquá criticou a prisão de Brazão, alegando falta de provas concretas e classificando a detenção como injusta.
A Operação Overclean, deflagrada no final do ano passado, revelou um esquema milionário de corrupção, envolvendo fraudes em licitações e desvio de recursos públicos por meio de contratos superfaturados. Os principais responsáveis pelo esquema eram Alex Rezende Parente, seu irmão Fábio Parente, José Marcos de Moura e Lucas Maciel Lobão Vieira, que articulavam politicamente e gerenciavam obras fraudulentas.
Diante desses fatos, a investigação da PF continua em andamento para elucidar todas as conexões e esquemas criminosos envolvendo a Operação Overclean e suas ramificações na política municipal de Maricá. As autoridades competentes seguem trabalhando para combater a corrupção e garantir a transparência na administração pública.